Negociação concluída pode impulsionar exportações do agronegócio brasileiro e acelerar acordo com União Europeia, segundo especialista da CNA
O Mercosul finalizou as negociações para um acordo de livre comércio com o Efta, bloco formado por Suíça, Noruega, Islândia e Liechtenstein. A conclusão das tratativas representa um marco significativo para o comércio internacional da região.
Segundo Sueme Mori, diretora de Relações Internacionais da CNA (Confederação Nacional da Agropecuária), o acordo é uma vitória importante.
“É uma vitória conseguir fechar essa negociação. A gente que acompanha o tema sabe que a negociação com os países da Efta andava muito próximo da negociação com os países da União Europeia”, afirmou Mori ao CNN Money.
A conclusão deste acordo pode ter implicações positivas para as negociações entre o Mercosul e a UE (União Europeia). Mori acredita que “fechar esse acordo com esses quatro países da Europa ajuda sem dúvida nenhuma nessa outra negociação paralela que está acontecendo com a União Europeia”.
Embora o Efta represente um mercado de apenas 15 milhões de habitantes, seu alto poder aquisitivo torna o acordo particularmente atraente.
Mori destaca que o acesso preferencial a esse mercado é “muito positivo, tanto do ponto de vista comercial quanto de facilitação de investimentos”.
Impactos no agronegócio brasileiro
O acordo prevê benefícios significativos para o setor agropecuário brasileiro, incluindo a aceitação do sistema de prelisting, que simplifica os processos de inspeção sanitária. Além disso, estabelece cotas e acessos preferenciais para produtos brasileiros.
Entre os principais itens de exportação do Brasil para o Efta estão café, soja em grãos e carne de aves. A ampliação da rede de acordos comerciais do Mercosul é vista como crucial para aumentar a competitividade das exportações brasileiras.
Perspectivas futuras e relação com o acordo UE-Mercosul
A especialista adverte, por outro lado, que é prematuro prever impactos significativos nos preços domésticos ou mudanças drásticas na balança comercial.
“Uma expectativa de aumento de importação e aumento de exportação, ele não é muito grande, porque é um mercado de 15 milhões de pessoas”, explicou.
Quanto à possibilidade de finalizar o acordo Mercosul-UE nos próximos seis meses, como desejado pelo governo brasileiro, Mori se mostra cautelosa.
“Eu acho seis meses um otimismo muito grande, considerando toda a resistência vocal de alguns países”, concluiu, ressaltando a complexidade do processo de aprovação e implementação de acordos internacionais desta magnitude.
Fonte: https://www.cnnbrasil.com.br/tudo-sobre/comercio-exterior/